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O Masterchef Austrália tira-me o sono!


Já mais do que uma dúzia de vezes! O Masterchef Austrália é transmitido na SIC Mulher entre as 22h30m e a meia noite. Estou ali no limbo do “vai não vai”, já com um olho meio fechado, mas depois começa o programa e os meus sentidos despertam.

O que devia ser um programa de entretenimento é para mim uma angústia. Não digo isto no mau sentido, até porque posso vê-lo no dia seguinte. A minha ansiedade vem do facto de ganhar as dores dos concorrentes: fico aflita quando as coisas não saem bem, quando falta pouco tempo para terminar a prova e ainda lhes faltam tantos elementos, quando o chefe lhes diz que o prato que estão a preparar não faz sentido… Ui, que agonia!!!

Eu nem gosto de concursos culinários, sou fã sim dos programas onde se aprende a cozinhar, mas o Masterchef Austrália está muito bem feito e já lá vão 10 anos de programa. Não vos querendo mentir, vi todas as temporadas. Faz parte desta minha última década.

Curiosamente, foi num concurso de culinária que comecei a dar vida a esta minha paixão pela comida. Há cinco anos a minha irmã desafiou-me para um concurso de equipas: o 2.º FN Kitchen Team Cup. A minha apreensão inicial foi-se diluindo e, feitas as contas, foi um grande prazer participar naquele desafio.

O que é estranho é como de fora as situações ganham outra dimensão, ou seja, eu ficava nervosa antes de começar a prova, mas depois o prazer de cozinhar era tanto que não sentia pressão nenhuma. Talvez pela minha irmã estar ao meu lado e saber que estava bem amparada. Lembro-me de as minhas amigas Márcia e Celine, que foram incansáveis no seu apoio, dizerem-me que ficavam nervosas e que a vontade delas era ajudar. Eu confesso que não sentia pressão nenhuma. Apenas era bom estar ali a fazer uma coisa que gostava.

Agora sou eu a ficar de olho aberto cheia de empatia por aqueles bravos cozinheiros que se expõem e se desafiam em grande escala.

E por falar em desafio, é isso que nos move em quase tudo na vida, dá-nos perspetiva e põe-nos à prova, tira-nos da zona de conforto, lugar comum, mas que faz todo o sentido. Na véspera da final do “nosso” concurso, também eu perdi o sono, mas valeu bem a pena!

Mafalda


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