Não foi até altas horas, às 3h30 da manhã já estava de volta
mas pode-se dizer que ainda deu para aproveitar e na manhã seguinte o efeito da
ressaca foi maravilhoso. Valeu tudo a pena!
Então rapariga tudo bem contigo? Sim está e já vos vou
contar esta linda história.
Primeiro falar do que me levou a um prato que demora entre 5
a 6 horas a ficar feito, eu que só penso em como otimizar as refeições.
Está frio, tenho filhos pequenos, as minhas sextas à noite
já foram mais glamourosas. Nem falo em saídas mas era o dia que costumava
reunir amigos cá em casa e ficávamos a comer, a beber e a falar até horas
impróprias. Não é que isso tenha acabado mas não é tão frequente e já não basta
um telefonema uma hora antes para ficar tudo combinado. Quem tem filhos sabe do
que falo, quem não tem acredite em mim.
Entretenho-me agora de outras formas. Gosto de estar por
casa com eles e quando dormem dedico-me ao meu querido hobbie. Dá-me mesmo
prazer. Liberta-me de maus pensamentos e põe a imaginação a funcionar.
Fui ao talho e vi o “Rabo de Boi” estava com tão bom aspeto
que não tive outra hipótese senão comprá-lo. Como corte de segunda categoria é
mais barato. No entanto, tem de ser cozinhado de forma correta para não se
tornar impossível para consumo. É uma carne rija se cozinhada pouco tempo. Mas
se bem cozinhada torna-se numa ótima opção e que rende para mais que uma
refeição. E daqui nasce o meu ragu de rabo de boi.
Comecei por levar ao forno o rabo de boi (1,500kg) temperado
com sal (mais ou menos uns 20 minutos a uma temperatura de 200º).
Enquanto estava no forno tratei dos vegetais: 4 dentes de
alho, 1 alho francês grande, 3 cenouras, 8 hastes de aipo, 1 nabo, 2 pimentos
vermelhos, 3 folhas de louro.
Refoguei tudo numa panela grande com um fio de azeite. Esta
panela deve ser daquelas que pode ir ao forno, ou seja, sem abas de plástico.
Quando os vegetais estavam refogados adicionei uma colher de
sopa de farinha de trigo e misturei bem.
Logo depois duas latas de tomate pelado (cerca de 800gr) e
voltei a mexer.
Tirei o rabo de boi do forno e baixei para 150º. Coloquei
dentro da panela, mexi, cobri com água e adicionei sal.
Tapei e foi ao forno a 150º por 6 horas, sem tirar nem por!
Foi aqui que a minha fraca matemática entrou ao serviço. Fiz
mal as contas. Quando pus a panela no forno eram 21h30 e não sei porque carga
de água achei que lá para as 2h30 tinha as 6 horas. Não, não era. Era às 3h30.
Contei a hora que pus como sendo uma hora. Conversa tonta esta.
Adiante. Fui-me deitar e pus o despertado. O meu forno não
tem temporizador. Toca o despertado, levanto-me desligo o forno e cama
novamente.
Ficou até de manhã no forno e sabem? Ficou tão tenra e o
molho tão delicioso que valeu o tempo, o gasto de gás, e até a interrupção do
sono.
Retirei a carne do osso, retifiquei o sal e adicionei 4 colheres
de sopa de molho inglês.
Nesse dia servi o ragú com puré de batata-doce.
É só uma das
opções. Podem servi-lo com esparguete ou linguini e até mesmo sob uma fatia de
pão. O que sobrar podem congelar e têm uma refeição pronta para outro dia.
Este post já vai longo. Espero que se inspirem e ousem na
cozinha. Ficam todos a ganhar.
Beijos.
Mafalda
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