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Não foi o Carnaval que mudou, fui eu.


Oi gentiii, tudo legal? E como é? Vamos curtir esse Carnaval?

Até me arrepio e fico com vontade de desligar as luzes de casa para se pensar que não está lá ninguém. Mas nem sempre foi assim, eu já gostei e diverti-me muito no Carnaval, o que se passou então? Não sei bem explicar foi sendo um desmame gradual e sem dor.

Ora comecemos pela minha meninice. Claro que adorava o Carnaval. Não havia cá lojas com disfarces para crianças, a minha mãe comprava a Burda e mais ou menos de acordo chegávamos ao disfarce a vestir nesse Carnaval.

(Parentese: a minha mãe adora estas coisas e tinha sempre uma ideia pré-definida do que queria que eu e o meu irmão usássemos. Éramos, quase sempre os mais originais, mas de princesa acho que fui só uma vez e o fato que o meu irmão teve de automobilista usou até ficar com os tornozelos à mostra!)

Era um dia giro onde podia usar maquilhagem e roupa diferente. Na escola, não havia Carnaval durante uma semana, nada de dia do chapéu, nem do penteado, nem do acessório, com muita pena minha porque acho que ia adorar.

Posteriormente, durante as férias do Carnaval, tínhamos autorização para andar disfarçados. Era costume ir ao “cortejo trabalhão” (no dia de Carnaval e à tarde) e fomos algumas vezes ao “cortejo da noite” (no sábado anterior ao Carnaval e à noite). Agora como mãe compreendo a logística da situação. Ir cedo para arranjar lugar à frente, esperar que o desfile passasse e acima de tudo manter-nos quietos naquele hiato de tempo.

Talvez seja por isso que nunca fui com os meus filhos a esses eventos, já tentei mas depois preferimos sempre serões com os amigos onde vão disfarçados do que quiserem e até levam mais do que um disfarce para mudar (outros tempos).

Na adolescência quis muito entrar no desfile da noite. Todas as minhas amigas entravam e eu achava aquilo giríssimo, os fatos, a maquilhagem e todo o glamour que na, minha cabeça, envolvia o desfile.
Tanto pedi que a minha mãe deixou com duas condições: não faltas a nenhum ensaio e nem desistes a meio. Pareceu-me fácil e lá fechei o acordo até porque era o que queria. Nada como uma boa aprendizagem. Entre escola, treinos, academia, catequese, e mais ensaios chegou o dia que estava cansada e pedi para não ir. Como é óbvio, fui e fui e fui e fui.

No dia do cortejo fiz 6 km com uns saltos altos e cheguei ao fim com vontade de cortar os pés. Remédio santo e capítulo do desfile arrumado.

Entretanto na adolescência lá ia meia contrariada à festa de carnaval da escola da minha mãe. Eu não me apetecia ir mas, novamente, não tinha hipótese de escolha e de boa ou má cara lá ia eu.
Com a maioridade tive opção de escolha e a festa também ficou pelo caminho.

Mais velha gostava da noite de sexta-feira, a noite do travesti, não pelo disfarce em si mas porque era giro e costumava ir com um grupo a um bar com espaço ao ar livre. Era uma festa e tanto.
Depois veio a gravidez, vieram os filhos e as noites contínuas de Carnaval, não tenho o marido mais folião do mundo e tudo isto foi pesando na minha forma de ver e encarar o carnaval. Não odeio, que essa é uma palavra bem forte, mas tirando o dia “feriado” passa-me bem ao lado.
E depois costuma estar frio e mau tempo e andar na rua com estas condições já não é para velhinhas como eu. Heheheh

Quanto aos sonhos e às malassadas com mel de cana. Até estas iguarias da época não me chamam muito à atenção. Nunca as fiz mas admito que acabadinhas de fazer são uma maravilha.
Prefiro guardar as gordices para a época seguinte, a Páscoa, essa sim como eu gosto, discreta e cheia de boa comida.

Beijos a todos e bom Carnaval!

p.s.- podem discordar que este é um espaço de partilha.
p.s.1. – eu adoro o Snapchat para estas tontices.

p.s.2- Fiquem com o medley das marchinhas de Carnaval.

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