Hã? Enganaste-te rapariga! Não, não me enganei e já vou explicar.
Tenho nas viagens um grande prazer e uma grande fonte de aprendizagem. Um desses prazeres, pois claro, é experimentar a comida típica dos sítios e lugares por onde passo. Numa viagem pelo Alentejo recordei as migas, as costeletas de borrego, os secretos de porco preto, mas foi um gaspacho acompanhado por carapaus fritos que me trouxe brilho aos olhos e excitou as papilas gustativas. Que bom!
Não foi prato que tenha crescido comigo, mas foi aquele que, quando comecei a “ver receitas”, me inspirou e passou a fazer parte da ementa lá de casa. Contudo, o gaspacho que faço é o andaluz e não o alentejano. Os sabores e os ingredientes são os mesmos, as texturas e a forma de o servir é que divergem.
O gaspacho andaluz é quase como um puré. O pão é envolvido na mistura, enquanto o alentejano tem o pão à parte, tal como o chouriço de porco preto. A textura é diferente, temos de mastigar, ou seja, o pimento, o pepino e o tomate são partidos aos bocadinhos pequenos e não desfeitos.
O que se passou na minha cozinha foi a fusão destas duas abordagens.
Comecei por tirar a pele a 5 tomates maduros (vejam o meu instagram: maf_freitas_, onde explico como se faz). Num prato demolhei duas fatias de pão (demolhar significa colocar água de forma a amolecer).
Depois, num robô de cozinha, coloquei dois dentes de alho, meio pimento verde, o tomate pelado e o pão demolhado. Temperei com sal, pimenta preta, azeite, vinagre de vinho tinto e orégãos. As quantidades ficam ao vosso gosto.
Triturem bem. Se quiserem comer logo, podem adicionar cubos de gelo para que o gaspacho fique frio, ou se preferirem, deixem pelo menos meia hora no frigorífico. A textura do gaspacho também vai depender do vosso gosto; se preferirem mais líquido, acrescentem água.
Ao servir, para ter a tal textura de que gosto na versão alentejana, adicionei umas tiras de pimento e de pepino. Quanto ao chouriço de porco preto, substitui-o por torresmos (opcional). Juntei mais orégãos, um fio de azeite e ficou pronto a comer!
É um prato de verão: fresco, saboroso e nutritivo. Ideal para piqueniques ou mesmo para levar para a praia. Uma boa opção é servi-lo em copos e fica bonito. Os olhos são os primeiros a comer!
De um dia para o outro, o gaspacho fica ainda mais apurado e é um ótimo SOS para quando dá aquela fome extra ou quando não há assim tanta vontade de cozinhar.
Vá... já pra mesa, que isto quente não tem piada nenhuma!
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