Avançar para o conteúdo principal

Rosbife. Carne assada ou arroz com bife?


Meus caros, até na comida pode haver mal entendidos e grandes deceções. Uma vez, num restaurante no Brasil, vi uma senhora pedir rosbife. Quando o empregado de mesa chegou todo sorridente com uma bela peça de carne suculenta, a senhora exclamou com ar perplexo:
- Não foi isso que pedi!

O empregado conferiu no seu bloco de notas:
- O pedido está correto.
Respondeu a senhora:
- Eu pedi arroz com bife!
É isto!

A verdade é que rosbife é a tradução de “roast beef”, ou seja, carne assada. Oriundo da Inglaterra, e da tradição do “Sunday Roast”, assado de domingo, este prato originalmente humilde tornou-se numa iguaria presente em muitos menus de restaurantes afamados.

Tem de se usar um corte nobre, isto é, uma peça mais tenra: lombo ou filete. Para este prato, a qualidade da carne é fundamental. Neste caso, usei um naco de lombo com cerca de um quilo e 200 gramas.

Então vamos lá. Num robô de cozinha, juntar uma mão cheia de alecrim, meio pimento vermelho, dois dentes de alho, sal, duas chalotas, uma mão de salsa, sal, pimenta preta e um fio de azeite. Triturar tudo muito bem até formar uma pasta. Barrar este preparado na carne. É preferível deixar marinar durante meia hora, tapada com pelicula aderente, no frigorífico.

Depois aquecer uma frigideira antiaderente e selar bem de todos os lados (selar significa dar cor à carne através da fritura). Entretanto, ligar o forno a 250 graus e deixar aquecer uns 10 minutos. Colocar a carne selada num tabuleiro sobre uma folha de papel vegetal. Levar ao forno por 20 minutos, tendo em conta o peso da peça. Eu como gosto da carne (mesmo) mal passada, deixei assar 15 minutos, mas já sabem, cozinhem ao vosso gosto. A carne tem de ficar rosada no seu interior e bem tostadinha por fora. Depois de retirar do forno, deixem repousar uns 10 minutos antes de a fatiarem. Assim, garante-se que não se perdem os sucos da carne e fica mais fácil ao corte (fino).

Acompanhei com batata doce, que também pus no tabuleiro para ficar dourada. Tinha-as cozido previamente porque, se fossem cruas, não cozinhariam no tempo da carne. Fica muito bem com salada e, num pão de baguete ou chapata, faz uma sandes deliciosa (barrem com um bocadinho de mostarda).

Agora, já pra mesa que o último a chegar não come!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Bodião no forno e a empreitada para deixar de comer peixe

O bodião é um peixe que se encontra facilmente na Madeira pois o seu habitat preferencial é  junto á costa em toda a orla rochosa, em locais com muitas algas e também dentro dos portos. A sua cor varia entre o vermelho e o castanho sendo que identifica se é fêmea ou macho, respetivamente. A sua carne é muito branca e densa e é dos peixes que mais gosto. Tem um sabor muito próprio que me leva à minha herança gastronómica. Em qualquer restaurante de peixe há bodião. Normalmente é feito grelhado ou então em filetes fritos. A minha opção de fazer no forno foi por ser mais rápido e também por gostar muito de peixe assado. E vá… porque queria testar esta receita :D Pré-aquecer o forno a 200º. Comecei por fazer o tempero do peixe: Numa trituradora juntei: -6 tomates secos - 2 dentes de alho - 1 pitada de sal - uma mão cheia de mistura de especiarias - duas mãos cheias de manjericão fresco - azeite e vinagre Tudo triturado até ficar uma pasta. Coloquei os peixes num...

Porque é que risquei o fiambre da minha lista de compras?

Muitos de vocês já devem saber a resposta a esta pergunta mas hoje vou falar um bocadinho deste assunto. Não esperem de mim grandes fundamentalismos ou mesmo reprovação a comportamentos. Vou dar a minha opinião esclarecida sobre o assunto com uma dica ou sugestão de alternativa alimentar a este produto. Vamos então ver como é composto o fiambre. E vou dar um exemplo dum dito fiambre “bom”, o de perú: Lista de ingredientes: Peito de peru (53 %), água, sal, amido, estabilizador (E420), dextrose, lactose, proteínas do leite, emulsionantes (E451, E450), aromas, açúcar, gelificantes (E407, E415, E412), intensificador de sabor (E621), antioxidante (E316), cloreto de potássio, aroma de fumo, conservante (E250). Cobertura decorativa: água, gelatina de suíno, corante (E150). Pode conter vestígios de: soja. Informação retirada do produtor: Ver outras informações . Assim sendo: temos duas vezes no mesmo alimentos adição de dois açúcares (Dextrose + Sacarose), Sal e com os seguintes ...

Picado ou Picadinho

É só escolher qual o nome que querem dar a este petisco típico da minha terra – a bela e formosa ilha da Madeira. Curiosamente os pratos típicos da região, tirando a Espada e o Atum, são à base de carne. Não somos produtores mas é uma presença na nossa gastronomia. Exemplo disso é a Espetada a Carne de Vinho e Alhos, o Picado e os deliciosos grelhados (sobretudo de galinha, costeletas de porco e bifes). O Picado é ideal para um jantar em família ou entre amigos. Numa travessa pequena, média ou grande, colocada no meio da mesa serve de mote para por a conversa em dia enquanto se “pica” à vontade. Os mais gulosos muitas vezes têm de levar com um “já chega” que isto é para todos. Hehehehe A receita típica varia sendo que a mais consensual é colocar no molho sopa de rabo de boi. Eu não o faço por questões de gosto pessoal. Como faço o meu picado: - Carne de vaca da boa e tenra cortada aos cubos temperada com sal, alho e louro; - Numa frigideira bem quente com um fio de azeite e ...